quinta-feira, julho 9

Relatório de CPI confirma ‘genocídio’ de jovens negros no Brasil


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência contra Jovens Negros e Pobres apresentou relatório, na terça-feira (7), no qual afirma existir um “genocídio institucional” contra jovens negros no Brasil. O grupo pretende finalizar os trabalhos com um plano nacional de enfrentamento a violência contra jovens.
Após visitar três estados, com mais duas audiências externas marcadas em Porto Alegre e Recife, sexta-feira (10) e segunda-feira (13), o deputado e presidente da comissão, Reginaldo Lopes (PT-MG), afirma que há um “mito” de que não existe racismo no Brasil.
“O relatório definiu, de forma preliminar, que há racismo no Brasil e isso é justificado pelo número de mortes de jovens negros e pobres entre 15 e 29 anos, que fica próximo de 80% dos homicídios. Essa taxa se soma ao que chamamos de morte simbólica, quando há ausência de políticas públicas no estado”, explica o deputado.
O Plano Nacional de Enfrentamento proposto pela relatora Rosângela Gomes (PRB) deve ter a duração de uma década e seria avaliado a cada quatro anos. A comissão pretende ainda exigir que cada estado e município elaborarem seu próprio projeto para traçar metas e cumpri-las.
Segundo o presidente da CPI, o relatório traz ainda a diferença entre o nível educacional de brancos e negros, a qualidade de profissão e a remuneração de ambos. Segundo Lopes, o Brasil foi o único país que ao abolir a escravidão retirou 10 artigos do texto que previam direitos como terra e educação.
“A escravidão é uma herança histórica para o Brasil e queremos mudar o país violento que estamos vivendo para um lugar pacífico. Queremos diminuir o número de 60 jovens mortos para cada 100 mil habitantes para um número de apenas um digito”, afirma.
Os deputados pediram vista coletiva ao final da apresentação do relatório e devem votar o texto na próxima terça-feira (14).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja breve e responsável. Não toleraremos ofensas nem agressões a terceiros.